De início, aparentemente uma mudança, em meados um desabafo e por "fim" um alívio ...

... Uma inspiração repentina movida pelo som de um instrumental desencadeia calma num momento que têm sua importância pela simples impulsão de quietude e tranquilidade.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Acuso-te - Carlos Drummond de Andrade


Tenho razão de sentir saudade,tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si,o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,de nossa convivência em falas camaradas,simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança.Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste.

quinta-feira, 11 de março de 2010

E parece que ali não é o lugar...

Por fora fria por dentro sonhadora...
... ela ainda achava que de alguma forma poderia ser valiosa,
as circuntâncias a revelam que essa vida não é a "vida",
os considerados desconsideram sua presença e sua filosofia dita comum não parece ser de todos,
mas apenas do seu coração triste e mesmo que pouco, permanece crente.